Haiti em crise: O presidente é assassinado

Em um ataque à sua casa, Jovenel Moïse foi morto á tiros na quarta-feira (7) em Porto Príncipe, capital do Haiti

O Haiti enfrenta uma grande crise após seu presidente ser assassinado dentro de sua casa nesta quarta-feira (7) durante a madrugada, sua esposa também foi atingida e sobreviveu, segundo foi informado à imprensa.

Claude Joseph primeiro-ministro do país que estava para sair do cargo assumiu interinamente a presdiência do país, já que o chefe Supremo da Corte – que seria o próximo a assumir o cargo- faleceu devido ao covid-19 no mês passado. Então, Joseph assumiu o cargo temporariamente, e em declaração para a população na tv aberta declarou que o assassinato de Moise foi um “ato odioso, desumano e bárbaro”. “Um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República” por volta da 1h e “feriu mortalmente o chefe de Estado”.

Joseph declarou estado de emergência no país, e garantiu que suspeitos do ataque foram presos. Ele não divulgou seus nomes ou quantos eram.

Meses de instabilidade, acusações de corrupção e substituições antecederam a morte do presidente, que estava no poder do Executivo do país oficialmente desde 2017. A história política do Haiti é marcada por dificuldade econômica, sendo um país muito explorado

O presidente Moïse Jovenel gesticula na imagem com um terno preto e gravata azul marinho.
Imagem: Retamal de Hector/AFP

Jovenel comandava o país através de decretos, pois, no ano passado não houve as eleições legislativas e ele estava querendo aplicar uma nova reforma inconstitucional. Sua oposição o acusava de tentar aumentar seu poder, inclusive com um decreto que limitava os poderes de um tribunal que fiscaliza contratos governamentais e outro que criava uma agência de inteligência que respondia apenas ao presidente. Ele dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.

A disputa sobre o fim do mandato era consequência da primeira eleição de Moïse. Ele foi eleito em outubro de 2015 para um mandato de cinco anos, em um pleito cancelado por fraudes, venceu uma nova disputa no ano seguinte e tomou posse apenas em 2017. Segundo as leis legislativas do Haiti, o presidente é eleito quando há 50% dos votos da população a seu favor. Moïse foi eleito com 600 mil votos em um país com 11,3 milhões de habitantes. Antes das eleições ele não era conhecido no mundo político, e sua vitória vem do apoio do ex-presidente Michel Martelly.

Eleições legislativas e municipais estavam agendadas para ocorrer neste ano, mas foram adiadas para 2022. Agora, com a morte de Moïse, o futuro do Haiti é bastante incerto.

Start typing and press Enter to search