A crise humanitária que os haitianos enfrentam

O povo haitiano enfrenta desde 2010 uma grande crise humanitária, isso porque desde o terremoto muitos tentam sair do país em busca de condições melhores para viver. Entretanto, mais de 14 mil haitianos estão sendo deportados pelos EUA.

A população do Haiti vive uma grande crise humanitária desde 2010, o ano em que o primeiro terremoto atingiu o país ocidental, e desde então muitas pessoas estão saindo do país na esperança de que, em um novo lugar, possam ter condições melhores para viver. Grande parte dos que saíram do país acabaram migrando em alguns países da América do sul, mas como a dificuldade de achar um emprego só foi ficando cada vez pior, a alternativa era continuar viajando e tentar alguma “sorte” na América do Norte, mais precisamente nos Estados Unidos.

Joe Biden é o atual presidente dos Estados Unidos e durante a sua campanha presidencial sempre teve um discurso apaziguador e pregando a empatia, totalmente contrário ao que discursava seu oponente, o ex-presidente Donald Trump. O republicano Trump, que foi eleito em 2016, sempre foi contra os imigrantes nos EUA e suas declarações sempre foram polêmicas, até mesmo com o seu projeto de criar um muro nas fronteiras para que não houvesse mais entradas no país. Biden, que fora vice-presidente do Governo Obama sempre debateu a política de Trump dizendo que o mesmo gostava de criar crise. Biden ao assumir a presidência do país voltou atrás em algumas decisões de Trump, como a saída do Acordo de Paris.

Contudo, no início de setembro, o governo dos EUA anunciou que começaria a deportação de mais de 14 mil haitianos que estavam vivendo no país. É de consciência mundial que o Haiti não é capaz de suportar a volta de tantas pessoas assim, porque o país ainda vive e luta contra uma crise humanitária. Isto se agravou devido a morte do presidente que estava em exercício no ano passado e há mais um terremoto ocorrido em agosto deste ano. Mais de mil pessoas morreram na última tragédia.

A crise causada pelas cenas chocantes

O governo americano começou a deportar os haitianos no domingo (19) que estavam no Texas e como muitos relataram, não foram comunicados de que estavam entrando em um avião para voltar ao seu país. Apenas quando a aeronave pousou na capital de Porto Príncipe que eles foram avisados. O aeroporto virou uma grande confusão, isto porque muitas pessoas tentavam entrar novamente no avião e outras jogavam objetos no mesmo.

As cenas mais chocantes que foram reveladas na quinta-feira (23) aconteceu na fronteira de Del Rio, cidade do Texas, quando os agentes responsáveis por fazer a segurança do local começaram uma caçada às pessoas que estavam ali. Nas imagens é possível ver os agentes em cima de cavalos correndo atrás das pessoas e com “chicotes”. Embora as autoridades garantem que eram rédeas para controlar os cavalos. Tudo isso ocorreu porque os imigrantes teriam cruzado a fronteira e ido até o México para comprar comidas e água e quando estavam retornando para o acampamento improvisado em Del Rio foram perseguidos pelos agentes.

A imagem tem como intenção ilustrar a crise vivida pelos haitianos, que estão sendo deportados dos Estados Unidos.
O fotográfo Paul Ratje que estava lá no momento disse que ouvia os agentes dizendo “ão, você não pode entrar. Volte para o México”
(Imagem: Getty Images/BBC UK)

Daniel Foote, diplomata especial enviado ao Haiti como representante dos Estados Unidos se demitiu na noite desta quinta-feira (19) após dois meses da sua nomeação ao cargo. Em sua carta de demissão ele diz “não quer ser parte das ações desumanas”.

A Casa Branca se pronunciou sobre as imagens reveladas perto da fronteira e diz que Biden e Kamala Harris estão “chocados”, além de chamar os atos de “terríveis”.

Muitos congressistas se pronunciaram sobre o caso, como a democrata Ilhan Omar que descreveu as cenas como “cruéis, desumanas e violação das leis nacionais e internacionais”.

A ONU tem, até o momento, procurado em países vizinhos a ajuda para receber alguns imigrantes.

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