Autorretrato de Frida Kahlo é vendido por valor recorde

Frida Kahlo, a maior pintora latino-americana, teve o seu quadro “Diego e eu” leiloado por mais de 34 milhões de dólares

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Cameron ficou conhecida mundialmente como Frida Kahlo, a pintora mexicana que revolucionou o mundo da arte continua o seu legado de sucesso décadas após a sua morte. No último dia 16 de novembro a obra de Frida, chamada “Diego e eu” bateu o recorde de valor mais alto entre as vendas de todos os artistas latino-americanos. O quadro foi vendido por 34,9 milhões de dólares, que no real fica em torno de 191,9 milhões. Após quase 7 décadas após a sua morte, a artista feminina “desbancou” o seu ex-marido, o também pintor, Diego Rivera, que estava no topo com a obra “Os rivais” vendida em 2018 por 10 milhões de dólares, que até então era a mais cara das obras latino-americanas.

Obra de Frida Kahlo que foi vendida por $ 34,9 milhões de dólares.

A história de Frida

Frida nasceu em 6 de julho de 1907, na cidade Coyoacán, localizada no México. Sua vida foi marcada por grandes problemas de saúde, amor ao seu país natal, arte e um casamento conturbado com Diego. Aos 6 anos de idade Frida contraiu a poliomelite, uma doença infecciosa que pode causar a paralisia de alguns membros do corpo, através do sistema neurológico. A doença deixou a mexicana com sequelas em uma de suas pernas, que evitou seu desenvolvimento regular e a deixou com uma perna mais curta que a outra. Segundo relatos, por causa disso Frida era vítima de bullying na escola, sendo apelidada de “Frida da perna de pau”.

Parte da infância de Frida foi vivida dentro dos combates entre os camponeses na Revolução Mexicana, que ocorreu em 1910. E ela se auto denominava “filha da revolução”.

A pintura entrou no cotidiano da mexicana quando ela tinha 18 anos, meses após sofrer um acidente. Frida estava em um bode que se chocou com um caminhão, e no meio dessa tragédia uma barra de ferro atravessou o corpo dela, atingindo sua pelve e barriga. Foram necessárias mais de 30 cirurgias para minimizar as fraturas causadas, o que resultou muito tempo de cama para Frida.

Para passar o tempo ela começou a pintar quadros expressando seus sentimentos, a realidade em que estava vendo através de seu espelho. Frida precisou usar colete ortopédido até o fim de sua vida.

Obra de Frida exposta no Museo Dolores Olmedo no México, em que ela retrata as sequelas de seu acidente (Imagem: Site Frida Kahlo)

Aos 21 anos, Frida já havia reestabelecido algumas áreas de sua vida e já conseguia andar com as suas próprias pernas e estudava arte. Foi nessa idade que ela entrou para o Partido Comunista e conheceu o também artista, Diego Rivera, que era 21 anos mais velho que ela. Após um ano, ela se casou com Diego. Durante os primeiros anos de seu casamento, Frida e Diego foram morar em Detroit, nos Estados Unidos, por causa dos trabalhos de Rivera. Nesta época, Frida ainda não comercializava e nem costuma expor suas obras. Um dos sonhos de Frida era também ser mãe, mas o acidente que sofreu aos 18 anos era um empecilho. Ela engravidou três vezes durante o período em que estavam no outro país, e sofreu aborto espontâneo em todas as três gestações.

Frida Kahlo e Diego Rivera (Imagem: Getty Images)

Um de seus quadros mais impactantes e poderosos foi pintado nesta época, onde mostra a fragilidade e a força feminina retratando suas perdas gestacionais. Frida é considerada uma representante da luta feminista por ser uma das primeiras mulheres a pintar quadros da realidade pelo olhar feminino. Além de sua própria definição de beleza e amor à sua pátria, Frida era conhecida também por usar cores muito vibrantes, nas suas roupas e quadros. Suas roupas eram caracterizadas por saias longas e coloridas, suas sobrancelhas que quase se juntavam, a flor em seu cabelo e seu colete ortopédico que era customizado com desenhos feitos pela própria.

Foi em 1934 que Frida começou a comercializar seus quadro, em um dos momentos em que sua vida pessoal estava em maior tristeza. Ao regressar ao México, Frida e Diego se separaram após ela descobrir que ele estava mantendo um caso extra conjugal com sua irmã, Cristina.

Durante este período de separação é quando Frida se conecta mais com sua arte e com a vida política. Segundo boatos, ela teria tido um romance com o filósofo russo Leon Trotski, que foi abrigado pela mesma em sua casa durante uma perseguição stalinista. Há outros boatos também de que Frida era bissexual, e teria vivido outros romances com mulheres. Mas nenhum deles nunca foi confirmado.

Em 1940, Frida e Diego casaram-se de novo e assim permaneceram até o fim da vida da artista. Em 1953, ela teve sua primeira e única exposição (em vida) realizada no México. E no ano seguinte, aos 47 anos, Frida faleceu de embolia pulmonar, agravada de uma pneumonia.

O legado de Frida é incontestável, assim como o significado de suas obras. Durante a sua vida, ela pintou 143 quadros, sendo 55 deles autorretratos.

Frida Kahlo posando com sua obra “As Duas Fridas” de 1939 (Imagem: Frida Kahlo Organization)

Você pode conferir tudo sobre a vida de Frida em seu site! É possível ver a linha do tempo de vida da artista, ouvir a sua voz, saber da sua infância e conferir todas as suas obras.

Fontes: fridakahlo.org; Frida – A Biografia de Hayden Herrera, site Super Abril e Universa.

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