A moda entra cada vez mais no mundo virtual

Marcas de moda já fazem uso do metaverso e de NFTs

Não é de hoje que a tecnologia afeta em praticamente tudo na nossa vida. Vivemos uma mudança enorme e vimos a tecnologia facilitar – e muito – a vida. Estamos vendo ela substituir o trabalho humano, “prever” coisas e muito mais.

A moda sofre e vai sofrer mudanças que necessitam da tecnologia e que, segundo a revista Forbes, vamos ver no futuro – e já estamos vendo. A primeira delas tem relação com análise de dados. As marcas agora precisam estar atentas aos dados e estatísticas sobre os consumidores. Entender as preferências, analisar os comportamentos de compra deles vai servir para as marcas ofereceram o que eles procuram. Essa não é uma realidade distante, pois várias marcas como Miu Miu já usam essa estratégia.

Uma outra mencionada pela revista é em relação ao mundo e as lojas digitais, a imersão das marcas na tecnologia. Comprar online nunca foi uma novidade, principalmente quando a pandemia de Covid-19 começou. Uma das coisas que mais se fazia era consumir em lojas virtuais, e esse costume não mudou. Mas em um lado mais avançado, as marcas de moda investem cada vez mais no digital com showroons e consultores virtuais, por exemplo. Além disso, algumas também investem em “provadores digitais”, que permitem o cliente “experimentar” a peça virtualmente. Marcas como Adidas e a Macy’s já aderem a essa tecnologia.

METAVERSE FASHION WEEK

Simplesmente um desfile de moda no metaverso! A Metaverse Fashion Week aconteceu em março deste ano e reuniu mais de 30 grifes famosas, artistas e designers. Sediado na plataforma Decentraland, o evento contou com o desfile de marcas como Dolce & Gabanna e Tommy Hilfiger no Fashion District, um terreno dentro da plataforma.

Com mais de 100 mil pessoas – ou avatares – nos dias do evento, foi oferecida uma imersão em experiencias de compra de roupas virtuais – e também reais -, através da venda de NFTs de roupas e acessórios usados nos desfiles. As marcas ficavam em espaços comerciais dentro da plataforma (como o Fashion District) e cada uma escolheu uma forma de apresentar seus produtos. A Elie Saab, por exemplo, organizou seu espaço para ficar numa espécie de museu, para exibir sua coleção virtual de alta-costura de 2022. Já marcas como a Tommy Hilfiger, optou por apresentar e vender peças virtuais e reais. O comprador poderia optar por ter o produto virtual, ou receber o real em casa.

Dolce & Gabanna | Divulgação
Mas o que seria esse metaverso?

Basicamente, são mundos digitais, onde avatares (usuários) podem interagir e fazer diversas ações lá dentro. O termo “metaverso” surgiu com o escritor Neal Stephenson na obra “Snow Crash”, que combina realidade com ficção através de um jogo. Mas foi só em 2021 que esse termo ganhou notoriedade do público em geral, quando Mark Zuckerberg mudou o nome de sua empresa para “meta”.

Dentro desse mundo, temos as famosas NFTs (ou tokens não fungíveis, em tradução). Estas, são basicamente propriedades digitais únicas que você adquire com criptomoedas. O termo “não fungível” se refere a coisas exclusivas cujo valor é único, que não possuem outra igual no mundo. Então, quando algum usuário compra uma NFT, ele se torna o único proprietário dela. A Balmain, por exemplo, fez uma coleção de NFTs em parceria com a Barbie.

Coleção de NFTs Balmain e Barbie | Reprodução

Um grande investimento das grandes grifes nesses últimos anos é no universo dos games. A Balenciaga, por exemplo, apresentou sua coleção em um jogo criado exclusivamente para isso. Com isso, ela também fechou uma parceria com o jogo Fortnite e vendeu skins para os avatares do jogo.

Fortnite e Balenciaga | Reprodução / Epic Games

De volta ao mundo real – e ainda sim tecnológico -, as marcas aderem há um tempo essa pegada mais “sci-fi”. A Chanel, por exemplo, teve sua coleção de primavera/verão de 2017 toda nesse estilo. No desfile no Grand Palais, em Paris, tudo remetia a essa era mais científica.

“Isso é tecnologia. Mas com a lingerie, é tecnologia intima”

descreve Karl Lagerfeld.
NO BRASIL

Aqui tivemos a Brazil Immersive Fashion Week (BRIFW), que aconteceu em outubro de 2021. Marcas, artistas, designers e consumidores se reuniram em desfiles digitais, talkshows e metaversos. A BRIFW foi a primeira semana de moda da América Latina a juntar moda e tecnologia e a segunda edição contou com marcas como Lucas Leão, Unusual e Studio Acci.

“A BRIFW pensa a moda para além do vestuário, mas como meio para aprendermos como a tecnologia vem estabelecendo novas formas de interação social e produção estética”, diz a curadora e idealizadora do evento Olivia Merquior em entrevista ao FFW.

Studio Acci | Divulgação

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