A participação feminina nas Olimpíadas

A tentativa da participação feminina nas Olimpíadas foi longa. Saiba como se deu a trajetória das mulheres nos Jogos Olímpicos desde seu início.

Esse ano, as mulheres compõem quase 49% dos atletas admitidos nas Olimpíadas de Tóquio, sendo o maior percentual da história dos Jogos Olímpicos. Já nos Jogos Paralímpicos, a participação feminina será de, em média, 40%. A previsão para as Olimpíadas de 2024 é de que metade dos atletas participantes sejam mulheres. Porém, demorou bastante tempo para as mulheres conquistarem essa participação oficial.

Em 776 a.C., surgiam os primeiros Jogos Olímpicos na Grécia Antiga. Na época, os jogos visavam basicamente homenagear deuses gregos. Mas, eram apenas os homens que participavam, as mulheres não podiam nem assistir aos jogos.  Já na Era Moderna, os primeiros jogos foram em 1896, em Atenas. Nessa edição, as mulheres foram permitidas a assistir aos jogos, mas ainda não podiam participar, pois pensava-se que a mulher não tinha preparo físico para jogar.

O Barão Pierre de Coubertin, idealizador do renascimento das Olimpíadas, dizia que “Olimpíada feminina seria impraticável, desinteressante, antiestética e incorreta”, mantendo as mulheres fora dos jogos.

Esperava-se mudar essa política com o protesto de Stamata Revithi. Ela correu uma maratona de 40 quilômetros após o primeiro dia da corrida “oficial” de 1896 (ainda restrita a homens) para mostrar que as mulheres também podiam participar. Ela tentou ser reconhecida, com documentos e testemunhas, mas não conseguiu.

A primeira Olimpíada com participação de mulheres foi em 1900, em Paris. De 997 atletas, foram admitidas 22 mulheres – apenas 2,2% do grupo. Incialmente, elas só tinham direito de competir nas modalidades de Golfe e Tênis. Do tênis, veio a inglesa Charlotte Cooper, que foi a primeira mulher a conquista uma medalha de ouro nas Olimpíadas em 1900.

As mulheres ficavam nas modalidades que não precisavam necessariamente de contato físico. Então, em 1917, a francesa Alice Milliat criou a Federação Esportiva Feminina Internacional (FEFI), para permitir as mulheres a competirem no atletismo.

Alice Milliat

A partir da Federação, os primeiros Jogos Olímpicos Femininos foram organizados no início da década de 20. Com o sucesso, os jogos passaram a acontecer de 4 em 4 anos, até o final da década. Até que os Jogos Femininos Mundiais foram criados. Estes, chamaram atenção do Centro Olímpico Internacional que, em 1936, passou a considerar as mulheres como atletas olímpicas, oficialmente.

ATUALMENTE

Foi só em 2012 que a participação feminina foi permitida em todas as modalidades.

Nas Olimpíadas do Rio em 2016, a porcentagem de atletas mulheres era de 45%. Até que, nos Jogos desse ano, as mulheres bateram 48,8% do total de atletas admitidos.

No Dia Internacional da Mulher desse ano (2021), o Comitê Olímpico Internacional (COI), o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC), o Comitê Organizador de Tóquio 2020, o Governo do Japão e o Governo Metropolitano de Tóquio reiteraram seu compromisso de fazerem os Jogos Olímpicos e Paralímpicos desse ano um marco na igualdade de gênero, dentro e fora do campo.

“O COI está comprometido com a igualdade de gênero em todas as áreas, desde os atletas que competem dentro e fora do campo de jogo até funções de liderança em organizações esportivas”

diz Thomas Bach, presidente do COI.

A COI garantiu que a visibilidade entre os eventos femininos e masculinos será igual. O Comitê Olímpico também estabeleceu que “todos os 206 Comitês Olímpicos Internacionais devem ter pelo menos uma mulher e um homem em suas respectivas equipes olímpicas”.

A ministra das Olimpíadas de Tóquio e Jogos Paralímpicos diz que “A participação de mulheres e homens em todos os campos e a participação ativa das mulheres levarão à criação de uma sociedade próspera, vibrante e sustentável e à realização de uma sociedade na qual todos possam viver confortavelmente”

Olimpíadas: a participação feminina
Vôlei feminino | Foto: FIVB

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