André Leon Talley morre e deixa grande legado na moda
André Leon Talley, jornalista e pioneiro na moda, morreu aos 73 anos, como foi comunicado em nota oficial em seu Instagram
André Leon Talley é bastante conhecido no mundo da moda, foi um dos pioneiros neste ramo por trabalhar por quase 40 anos na Vogue, a revista de moda mais renomada do mundo. Seu nome também ficou bastante conhecido por ter sido o primeiro homem negro a ocupar o cargo de diretor criativo da revista. Ele permaneceu como diretor criativo da Vogue durante sete anos, e após isso foi bastante visto na primeira fila dos desfiles com Anna Wintour, editora-chefe da revista.
A amizade com Anna Wintour os tornava uma das maiores duplas fashionistas já existentes, tanto que André já revelara que ajuda Wintour em seus trajes para o Met Gala.
Durante sua trajetória na moda, Talley tornou-se amigo dos maiores estilistas já conhecidos, como: Marc Jacobs, Tom Ford, Diane von Furstenberg e muito mais. O The New Yorker o intitulou como “O único”, dada a sua luta por ser um homem negro em destaque num ambiente totalmente racista e elitista. André fazia da inclusão sua batalha, já que é de conhecimento notório que a inclusão de grandes modelos negras nas passarelas na década de 90 era uma obra dele.
Seu estilo era incomparável, capas, luvas e toucas davam o teor dramático que o jornalista queria.
Em 2017 foi lançado um documentário intitulado “The Gospel Acording to André” que contou um pouco mais sobre a vida do sr. Talley, que nasceu em 16 de outubro de 1948, em Washington, mas que aos dois meses de idade foi morar em Durham com a sua avó, por quem foi criado. Sua formação aconteceu na North Carolina Central University e fez metrado na Brown University, aprovado com a tese sobre a influência das mulheres negras na escrita de Baudelaire e Flaubert. Segundo o proprio Talley, seus olhos eram famintos de beleza.
Foi em 2020 que o mundo pôde entrar um pouco mais na cabeça de André, que publicou o seu livro chamado “The Chiffon Trenches”, onde contou as histórias da sua vida onde contou que a mora era tanto inspiração quanto disfarce, camuflagem contra as farpas racistas que encontrou durante a sua carreira, como ser chamado de “Queen Kong”.
“Para o meu eu de 12 anos, criado no sul segregado, a ideia de um homem negro desempenhando qualquer tipo de papel neste mundo parecia uma impossibilidade”, escreveu ele em suas memórias. “Pensar de onde eu vim, de onde viemos , na minha vida e onde estamos hoje, é incrível. E, no entanto, é claro, ainda temos muito a percorrer.”
André Leon Talley em seu livro “The Chffon Trenches”
Talley recebeu do governo francês o prêmio “Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres” que traduzido se torna “A Ordem das Artes e Letras”, distribuido pelo Ministério da Cultura pra grandes influências culturais. Talley recebeu a homenagem pela sua contribuição para a indústria da moda.
Anna Wintour lamentou a perda do amigo dizendo que Talley era o único capaz de deixar as pessoas animadas com detalhes aparentementes insiginificantes da moda.