Arte e pandemia: uma relação de sobrevivência.

Pensativo sobre a arte e o seu conceito, fui até o Google para saber quais seriam as definições que ele me apresentaria e talvez, dar uma clareada à minha curiosidade. E bem, foram bastantes definições.

Porém, uma, dentre tantas outras, me chamou a atenção ao me fazer lembrar sobre a arte ser um meio que o artista utiliza para expressar as suas emoções, as suas vivências, as suas questões mais pessoais, e geralmente, optando em esclarecer estes aspectos de um modo subjetivo.

Arte de rua retratando a força do sistema de saúde.

E durante esta pandemia, tenho pensado em como a arte tem sido um grande alento. Tanto para mim quanto para as pessoas próximas a mim, as quais eu tenho trocado algumas ideias. E o quão importante a arte tem se tornado para todos, independente do campo. Seja na música, na literatura, na peça de teatro, no cinema, na pintura.

E esta importância tem gerado um novo significado às pessoas e as necessidades que elas possuem. O que antes era apenas algo a se apreciar e curtir, neste período pandêmico que vivemos, ela tem sido uma grande amiga. Através de grandes composições, se tornou uma grande conselheira e uma “leitora” de nossos sentimentos. Na melhor melodia que alguém já possa ter escutado, ela alcança os espaços que ninguém jamais alcançou, bem lá no íntimo. Na pintura tão bem elaborada, se torna alívio para os nossos sentidos, diante de tantos conflitos que temos observado em nosso país.

Com certeza deve haver alguma música que tenha te tocado durante esse tempo, ou algum quadro que tenha te inspirado, ou alguma boa leitura que você tenha feito e se tornou o seu preferido da estante.

O QUE TEMOS PARA A MÚSICA?

Navegando pela Internet, à procura de canções que inspiraram os artistas nesta pandemia, me deparo com Each Other da Grace Potter, com a participação de Jackson Browne, Marcus King e Lucius.

Capa do single “Each Other” de Grace Potter.

Na letra ela fala: “As ruas estão todas vazias / As prateleiras estão vazias / O mundo está prendendo a respiração como se estivéssemos ficando sem ar”. Podemos observar, analisando a letra, sobre a estranheza que todos nos encontramos com o início da pandemia e ver que em um piscar de olhos tudo ficou vazio e “sem cor”.

Porém, além de uma reflexão dolorosa, ela toca na tecla do quanto a união neste momento é importante, quando diz: “Não sei para onde estamos indo / Mas se as coisas ficarem difíceis / Temos um ao outro / E por enquanto, isso é o suficiente”.

Confira a música e o clipe abaixo:

Uma outra observação que podemos fazer são músicas que, em uma época retratam o contexto daquele ano, e hoje em dia podem ser usadas para definir o período atual que vivemos. Temos como exemplo a música “A Cura” de Lulu Santos, gravada em 1988, que naquele tempo falava do HIV, mas que em tempos de Coronavírus, também pode usada.

Ficou curioso para saber também? Confira abaixo:

E em janeiro de 2021, Lulu Santos se reuniu com Vitor Kley para a execução de um lindo dueto desta mesma música. Para conferir o resultado, clique aqui.

A LITERATURA NÃO PODIA ESCAPAR DESSA

Íntimos dirão que sou o “viciado das indicações”, pois sempre gosto de indicar algo que eu tenha visto e gostado 100%. Logo, uma boa leitura que vocês farão e que retratam um período pandêmico se chama “ensaio sobre a cegueira” de José Saramago, um grande escritor português. Se segura que a sinopse é fortíssima:

Um motorista que estava parado no sinal se descobre cego. Do nada. E esta “treva branca” se espalha a partir do momento que as pessoas vão até ele para socorrê-lo. O governo decide que todas as pessoas infectadas devem ficar reclusas em suas casas com recursos limitados e os cegos se vêem numa tentativa pesada de sobrevivência. As medidas do governo não obtém êxito. Logo, todo o mundo fica cego. Menos uma única mulher que, enxergando perfeitamente bem, observa os horrores que a pandemia causou.

Agora me diz se não dá pra gente descolar uma metáfora bacana só com esta sinopse? Meus amigos… Imagina com a leitura.

E PRA FINALIZAR, UMA BOA PEÇA DE TEATRO.

Recomendo a vocês o espetáculo documental e totalmente online intitulado “Peça”, de Marat Descartes, onde o próprio criador e ator retrata os conflitos do homem contemporâneo enquanto alguém que lida com o isolamento social e principalmente com o contexto-político.

“Peça”, de Marat Descartes.

Para assistir a peça, basta clicar aqui. E não esqueça de compartilhar com os amigos, hein.

AGORA ME FALE SOBRE VOCÊ!

Nós, da revista Freezone, queremos saber: O que a arte tem representado para você? Como a arte tem influenciado o seu ponto de vista? E caso você seja um artista, como tem sido usar da sua arte para expressar as questões mais pessoais e como isso tem evoluído em você? Conte para a gente nos comentários abaixo.

Start typing and press Enter to search