Boris Johnson e os escândalos que levaram à renúncia

Após uma série de escândalos, Johnson renunciou o cargo em 07 de julho

Boris Johnson renunciou o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido na manhã de 7 de julho, quinta-feira, após um mandato de muitos escândalos. O premiê – modo como o chefe do governo e gabinete, ou seja, como o primeiro-ministro também é chamado – assumiu o cargo em 2019 quando o Partido Conservador ganhou as eleições do parlamento.

 O primeiro grande escândalo do governo aconteceu durante um dos lockdowns da Inglaterra, em novembro de 2020, quando Boris foi fotografado fazendo uma festa particular em seu gabinete. As imagens foram divulgadas pela mídia britânica junto com a informação da BBC de que um funcionário do gabinete teria sido multado, mas não o primeiro-ministro. Na época, as aglomerações ainda eram proibidas. Depois de te negado, Johnson acabou pedindo desculpas ao povo e à rainha Elizabeth II, a chefe de Estado do governo britânico.

As festas no gabinete de Boris Johnson durante o lockdown em 2020 foram apelidadas pela população britânica de “partygate”. (Imagem/Reprodução: ITV News)

Uma reforma no apartamento particular de Boris também foi motivo de investigação, porque os valores exorbitantes não foram muito bem justificados pelo Partido Conservador, que disse apenas que seria fruto de doações. E a gota d’água para a renúncia de Johnson foi ele nomear para um cargo de confiança Chris Pincher, parlamentar do Partido Conservador que tem acusações de assédio sexual e, em primeiro momento, negar que soubesse dessas informações. Após a confirmação de que Boris saberia dessas acusações, 60 parlamentares se desligaram de seus cargos.

Com o anúncio de sua renúncia, Boris pretende ficar no cargo de primeiro-ministro como interino até outubro, data em que ocorreriam as novas votações do Partido Conservador para a escolha de um novo ministro.

O cenário político britânico é regido pelo parlamentarismo e a escolha do cargo de primeiro-ministro é feito através de uma votação dentro do partido que ganhar as eleições. A população só vota para escolher os parlamentares que estarão presentes no Poder Legislativo, e o partido que tiver um maior número de parlamentares é o ganhador. Nas eleições de 2019 o partido vencedor foi o Conservador e a partir do voto dos parlamentares a escolha de primeiro-ministro foi para o Boris Johnson.

Agora com a sua renúncia, o Comitê 1922 irá votar nos candidatos à substitutos de Johnson. O partido conservador não deseja esperar até outubro e já começou a aceitar as candidaturas de parlamentares. O comitê é composto pelos 358 parlamentares do Legislativo que irão votar nos oito candidatos à líder do partido Conservador e primeiro-ministro do Reino Unido.

Rishi Sunak, ex-secretário de Finanças e Liz Truss, secretária de Relações Exteriores que atuaram durante o mandato de Boris são considerados os candidatos mais fortes.

Se todas as votações ocorrerem dentro da agenda, o sucessor de Boris Johnson deve ser anunciado em 5 de setembro.  

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