Ex-conselheira de Mianmar é acusada por corrupção

Mianmar sobre um golpe militar em fevereiro, quando os militares tiraram Suu Kyi do poder e agora ela está presa e sendo julgada por corrupção

Aung Saan Suu Kyi é uma figura bastante conhecida no mundo inteiro, por ter sido a figura da oposição à ditadura em Mianmar durante muitos anos, e por esses feitos ter ganho um Nobel da Paz. Agora a política está sendo acusada de corrupção enquanto cumpre prisão domiciliar.

Segundo a acusação, que começou o julgamento nesta sexta-feira (01/out), Kyi teria aceito mais de 500 mil euros em barras de ouro por suborno. Se a ex-conselheira for considerada culpada, ela poderá ser condenda há 15 anos de prisão. Essa não é a primeira vez que a socialista é presa, porque na década de 80 ela foi presa fazendo comícios contra ditadura militar que estava em vigor, já naquela época, no país. Ela permaneceu presa até 2010, somente quando houve uma reforma eleitoral foi refeita no país e os militares sairam do poder.

A retomada dos militares aconteceu em fevereiro de 2021, quando eles invadiram e tomaram o Congresso, após uma tentativa judicial frustrada de dizer que as eleições de 2020 haviam sido fraudadas.

Para entender um pouco mais sobre como ocorreu a entrada do novo regime militar em fevereiro no país, leia a matéria completa que nós fizemos aqui no site.

Desde então Mianmar tem sido palco de bastante processos e conflitos armados, gerando em alguns lugares uma guerra civil. Isto acontece porque sem Suu Kyi a oposição está com dificuldades em conseguir apoio de outros líderes étnicos e de reconhecimento internacional. Sendo assim, mobilizando uma resistência armada.

Para fugir dos bombardeios e dos ataques dos militares, muitos civis estão atravessando rios e montanhas para chegar à Índia, país que faz fronteira com Mianmar e indo para campo de refugiados. A Junta Militar nega a informação divulgada de que, desde o golpe, mais de 1.100 civis teriam sido mortos e 8 mil estariam presos. Eles alegam que o número de óbitos é bem inferior e que as tropas não estão cometendo massacres e incendiando casas.

A oposição e o “governo paralelo” que fora criado para combater os militares acreditam que somente a violência poderá salvar o país. Suu Kyi sempre fora muito conhecida por ser adepta da não violência e estando fora dos olhares públicos, tendo acesso somente à seus advogados para conversas sobre as audiências.

“Uma grande parte da população está determinada a impedir um retorno ao regime militar, pagando com a própria vida, se necessário.”

Richar Horsey, Conselheiro Sênior em declaração à International Crisis Group

O cenário em Mianmar ainda está longe de acabar, então fique ligado aqui no site para se manter atualizado sobre tudo!

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