Fake News & Internet: uma junção perigosa

Você provavelmente já se deparou com alguma fake news, leu, comentou, compartilhou e até mesmo a replicou em uma conversa. Estudos apontam que as notícias falsas estão se replicando muito mais rápido do que as verdadeiras, e a culpa não é dos robôs

O acesso a internet facilitou os relacionamentos, o comércio, a classe artística e também a campanha política. Os meios de comunicação são, nos dias de hoje, uma parte de nossa vida. Marshall McLuhan, filósofo canadense, afirmou em seu livro “Os meios de comunicação como extensão do homem” que os meios técnicos são uma extensão do homem. Você agora se confundiu um pouco, né? Vou te explicar…

McLuhan afirmava que os meios técnicos moldam a forma como o homem se comunica e age em sociedade. Para contextualizar, vamos imaginar que você tenha que ir ao banco e esqueceu o seu celular em casa, há uma pequena possibilidade de você conseguir resolver todas as suas tarefas sem o celular, porque hoje em dia quase tudo é feito de forma online. Seja desbloquear um cartão de crédito, fazer uma ligação, pedir um Uber e até pagar um lanche. O smartphone tornou-se uma extensão do corpo humano. Era isso que McLuhan contextualiza e explica em seu livro. A publicação do filósofo aconteceu em 1969!

E, voltando ao nosso assunto principal, o compartilhamento das fakes news acontece majoritariamente nas redes sociais. Uma pesquisa feita pelo Instituto Mundial de Pesquisa (IPSO), em 2018, divulgou que 62% dos brasileiros entrevistados admitiram já ter acreditados em notícias falsas replicadas nas redes sociais. Já em junho de 2020, em um levantamento feito pelo Instituto Reuters (que em inglês é chamado de Reuters Institute Digital News Report) que o WhatsApp é uma das principais redes de propagação de fakes news no país, ficando atrás apenas do Facebook. Muitos especialistas dizem que o novo aplicativo de comunicação crescente no país, o Telegram, também está sendo um dos candidatos para um compartilhamento muito mais rápido de notícias, porque o app é feito através de canais, onde os usuários são inseridos. Esta é uma forma de propagar uma notícia, seja verdadeira ou falsa, muito mais rápido para um número maior de pessoas.

A criação de fake news acontece bastante na briga ideológica política que acontece no mundo, seja para descredibilizar um ativista social, um político e até mesmo tratamentos de saúde. Você provavelmente já ouviu alguém dizer que não iria tomar a vacina para a prevenção da Covid-19 porque teria um chip do comunismo implantado em seu braço. Ou, para descredibilizar ainda mais o imunizante, de que poderia virar um jacaré ao receber sua primeira dose. Esse comentário foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro, que defende o uso de hidroxicloroquina para o tratamento do covid, medicamente que já foi proibido pela OMS neste caso.

A empresa Meta, dona do Facebook e do Instagram, fechou uma parceira com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que começou a valer a partir de 10 de dezembro de 2021, onde publicações referentes às Eleições de 2022 nas redes sociais serão acompanhadas de cartões com links, que enviam o leitor diretamente ao Portal da Justiça Eleitoral. A medida adotada é uma tentativa de prevenção para que o cenário que aconteceu nas eleições de 2018 não se repita. Além disso, o TSE divulgou a Resolução nº23.671 aprovada em audiência pública para as eleições gerais de 2022. Uma parte do texto aprovado prevê multa que varia de R$ 5 mil a R$ 30 mil ao candidato que disparar conteúdo eleitoral em massa, por meio de mensagens de texto, em que o destinatário não tenha dado seu consentimento prévio. O texto completo está disponível no site oficial do Tribunal Superior Eleitoral.

Nós temos algumas dicas para você, nosso leitor, conseguir identificar as fake news que estão espalhadas pela internet:

  • Procure a origem da notícia. O veículo de comunicação que a produziu, quem escreveu e se pode tratar-se de um artigo de opinião.
  • Buscar no Google sobre o assunto em questão em outros veículos, para a confirmação da veracidade da notícia.
  • Não ler somente o título, abrir a matéria e a ler inteira. O título de algumas notícias podem ser bastante tendenciosos apenas para render cliques.
  • Quando receber mensagem compartilhadas no WhatsApp, Telegram ou outros aplicativos de chat com informações através de áudios, especialistas e etc que são repassadas como “verdadeiras”, você deve parar e se perguntar “De onde veio essa informação?” “Como ela foi compartilhada?” “Qual a sua fonte oficial?”

É importante estarmos atentos ás informações que consumimos na internet, porque algumas podem não ser verdadeiras e feitas somente para a atacar a democracia. Fique atento 😉

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