Governo de Bolsonaro faz reforma ministerial no alto escalão

A semana foi movimentada no Executivo, que teve muitas saídas de aliados ideológicos para a entrada de futuros aliados na corrida presidencial na eleição de 2022

Nesta segunda-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro oficializou a reforma ministerial no chamado “alto escalão” dos ministério de seu governo. Até a semana passada, o único confirmado para sair do governo era o chanceler Ernesto Araujo, do Ministério das Relações Exteriores que é tido como um dos grandes responsáveis pelo atraso de compra das vacinas de outros países. Ernesto é conhecido como um grande “anti-comunista” e pró trumpista, e já gerou diversas brigas com a China.

Ernesto Araujo saiu do Ministério das Relações Exteriores.
(Imagem: EVARISTO SA/AFP)

Mas, aproveitando a saíde de Araújo, o presidente Bolsonaro divulgou no comunicado divulgado pela Secretária de Comunicação Social as outras trocas. Veja, na lista abaixo quais foram as saídas e as entradas:

CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

  • Quem entra: general da reserva Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo
  • Quem sai: general da reserva Braga Netto, transferido para o Ministério da Defesa

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DA SEGURANÇA PÚBLICA

  • Quem entra: delegado da Polícia Federal Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
  • Quem sai: André Mendonça, transferido para a Advocacia-Geral da União (AGU)

MINISTÉRIO DA DEFESA

  • Quem entra: general da reserva Walter Souza Braga Netto, atual chefe da Casa Civil
  • Quem sai: general da reserva Fernando Azevedo e Silva

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

  • Quem entra: embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da Presidência da República
  • Quem sai: embaixador Ernesto Araújo

SECRETARIA DE GOVERNO DA PRESIDÊNCIA

  • Quem enntra: deputada federal Flávia Arruda (PL-DF)
  • Quem sai: general da reserva Luiz Eduardo Ramos, transferido para a Casa Civil

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

  • Quem entra: André Mendonça, que já chefiou a AGU no início do governo e está atualmente no Ministério da Justiça.
  • Quem sai: José Levi, procurador da Fazenda Nacional

Após esse troca-troca, o governo tem atualmente 22 ministérios. O Banco Central, após ter sua independência aprovada pelo Congresso não conta mais na lista de pastas do Executivo.

Para entender mais sobre os ministérios do governo e quais as suas funções, leia a matéria que já fizemos explicando tudo.

A crise com os militares

Com a saída de Fernando Azevedo e Silva do Ministéiro da Defesa, os comandantes da alta cúpula militar do Brasil (Exército, Marinha e Aeronáutica) colocaram seus cargos à disposição, na terça-feira (30) no que instalou uma grande crise nos maiores apoiadores do presidente. Ao sair, os três comandantes deixaram um recado claro: não iriam participar de nenhum evento golpista contra a democracia do país.

Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) foram escolhidos no início do mandato de Jair Bolsonaro.

A saída dos três revela a politização que tem acontecido durante o cargo de Jair Bolsonaro, a entrada de militares nos altos cargos do governo e da política invadir cada vez mais os exércitos têm dado muita insatisfação aos generais. Braga Netto, novo Ministro da Defesa, anunciou a nova cúpula militar na quarta-feira (31) declarando que “a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira se mantêm fiéis às suas missões constitucionais de defender a pátria, garantir os poderes constitucionais e as liberdades democráticas”. E acrescentou: “O maior patrimônio de uma nação é a garantia da democracia e a liberdade do seu povo”.

Os novos nomeados são: Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Exército), Almir Garnier Santos (Marinha) e Carlos Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica).

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