“Hair” e a mensagem por trás da produção

Se você gosta de música, filme, História, críticas sociais e políticas, então fique por aqui, pois hoje iremos falar sobre um filme que reúne todos estes aspectos e se torna o mais icônico da história; o tão memorável, Hair – O Filme.

Pois então…

Hair é a versão cinematográfica dirigida por Milos Forman, um cineasta, ator e roteirista checo, e criado por James Rado, Gerome Ragni e Galt MacDermot.

Mas antes, um detalhe importante!

Hair – O Filme seria uma adaptação do musical Hair The American Tribal Love-Rock Musical, escrito por James Rado e Gerome Ragni. Suas canções tornaram-se hinos dos movimentos populares anti Guerra do Vietnã nos Estados Unidos. Para vocês terem uma ideia do quão incrível é o repertório deles, em 1968 a gravação com o elenco original da Broadway recebeu o Grammy para a categoria de melhor trilha de musical e venderam cerca de 3 milhões de cópias até dezembro de 1969 nos EUA.

Pois então, sobre o que se trata?

O filme retrata o período da Guerra do Vietnã, um conflito motivado por questões ideológicas com forte participação do exército americano de 1965 a 1973.

Eis que Claude Bukowski, um rapaz do interior, é chamado para a guerra. E ao chegar na cidade, se depara com um grupo de hippies que, a partir de um convite, o leva a muitas aventuras e também grandes confusões, na tentativa de o impedirem de ir para a guerra. Ele se apaixona por Sheila, uma jovem milionária que o faz ficar em cima do muro sobre qual decisão tomar: seguir o chamado de servir o seu país e pôr a sua própria vida em risco ou estar ao lado da moça por quem se apaixonou à primeira vista.

O filme se inicia com uma das canções mais icônicas do musical levado para as telas, sendo considerada a 33ª melhor canção do cinema americano na lista 100 America’s Greatest Music In The Movie, intitulada Aquarius. A canção retrata a crença astrológica de que toda a humanidade entraria numa época de amor, paz e harmonia, diferente da antiga Era de Peixes. Para conferir o clipe da canção, clique aqui.

Berger, interpretado por Treat Williams e Claude, por John Savage, respectivamente.
A contracultura

A contracultura foi um forte movimento da década de 60 que questionava o que era dito como inquestionável. No caso dos hippies, o questionamento acerca do militarismo estadunidense.

Percebe-se este movimento nas canções de protesto e no estilo de vida dos próprios hippies, reivindicando um modelo de pacificação nos espaços públicos e em seu próprio país, indo totalmente contra as guerras que aconteciam naquele tempo.

Pode-se perceber este protesto sendo feito na cena das canções 3-5-0-0 e The Flesh Failures (Let The Sunshine In), quando uma grande parte dos hippies vão em frente à casa branca como ato de protesto pelos milhares de mortos da Guerra do Vietnã.

Cena do filme Hair.
Referências no mundinho pop? Temos.

Para quem assistiu o clipe Never Really Over da cantora Katy Perry, lançado no dia 31 de maio de 2019, sabe que logo no início há uma cena onde há vários dançarinos em um campo, figurinos com roupas bem vivas e danças sincronizadas. Pois muito que bem! Esta é justamente uma referência ao clipe Aquarius do próprio filme Hair. A cantora se apropria de um estilo bem hippie enquanto faz rituais esotéricos para tentar curar seu coração partido.

Repara nas imagens abaixo:

Cena do clipe Never Really Over.
Cena do clipe Aquarius.
Um clássico é um clássico.

Vincent Canby, crítico de cinema e teatro americano, atuando principalmente como crítico do The New York Times, escreveu para o jornal: “… as invenções de Weller (o roteirista) fizeram este Hair ser mais divertido que o original. Ele também deu tempo e espaço para o desenvolvimento dos personagens que, no palco, tinham que expressar a si mesmos quase que inteiramente por música. O elenco é soberbo e o filme, de maneira geral, é delicioso.”.

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