Marcas de luxo adotam medidas sustentáveis para tornar o mercado mais ético

Joalherias de luxo e grifes estão adotando medidas sustentáveis a fim de diminuir o impacto socioambiental causado pela sua produção.

Nos últimos anos, a sustentabilidade e a responsabilidade aliada ao consumo vêm ganhando espaço entre as prioridades do consumidor. Estudos mostraram que o consumidor tem sido cada vez mais engajado nas causas socioambientais e, consequentemente, tendem a exigir posicionamento sobre essas questões das marcas que consomem. Então, as empresas acabam por adotar medidas mais responsáveis para encarar o mercado e atrair esse novo consumidor.

O mercado de luxo não fica de fora dessa. Um dos principais pilares desse mercado se baseia na qualidade e na durabilidade do produto, evitando assim, o desperdício. Porém, muitas empresas de luxo ainda utilizam materiais pesados e tem sua produção impactando negativamente na natureza e na sociedade.

A marca de luxo Stella McCartney é pioneira quando se fala nesse assunto. Os produtos da grife são feitos com materiais de origem sustentável, misturando a questão da ética na moda e do consumo consciente. Em 2017, McCartney assinou uma parceria com o movimento Parley For The Oceans (que realiza a limpeza e luta pela preservação dos oceanos) com o objetivo de usar resíduos plásticos encontrados no mar em sua fabricação de tênis.

Um exemplo de sustentabilidade no mundo do luxo é a joalheria francesa Cartier. A marca realiza a extração e a comercialização das pedras preciosas usadas de forma responsável, com um certificado que assegura as peças e os trabalhadores. Além disso, a joalheria também assinou uma parceria com o projeto Lion’s Share Found, que tem o intuito de enfrentar a crise climática e preservar a biodiversidade mundial. 

Outra joalheria que tem como um dos principais pilares a sustentabilidade é a suíça Chopard. A marca chegou a anunciar em 2018 que passaria a utilizar apenas ouro 100% ético em seus produtos. A partir desta data, assumiu mundialmente esse compromisso. Esse ouro ético utilizado pela empresa vem de uma exploração de pequena escala e de minas artesanais, que são certificadas e ganham o selo de “Fairmined” (que garante o respeito aos direitos humanos, às condições de trabalho e ao ambiente).

A Chopard também apoia, desde 2013, a mineração artesanal através da iniciativa Journey to Sustainable Luxury. Em 2020, a joalheria assinou uma parceria com a Swiss Better Gold Association, que visa adquirir ouro através dos Barequeros de El Chocó, mineiros artesanais colombianos.

O Conglomerado de luxo Capri Holdings também resolveu adotar medidas sustentáveis nos últimos anos. Marcas como Michael Kors, Versace e Jimmy Choo, que fazem parte do grupo, anunciaram no ano passado (2020) que vão se comprometer em zerar sua emissão de carbono até 2025. Além disso, as marcas também se comprometeram a usar energia de fontes renováveis e a fazer uso responsável do plástico utilizado em suas embalagens.

No mundo dos calçados, a marca britânica NAK (No Animal Killed) ganha destaque quando o assunto é sustentabilidade, por tem como um de seus princípios a luta pela vida animal. Por isso, a empresa não utiliza couro animal em sua produção, fazendo uso apenas de materiais veganos com a mesma qualidade do couro legítimo.

De pequenos produtores à grandes maisons, o mercado está se movimentando para diminuir seu impacto ambiental. Apesar disso, muitas marcas ainda acreditam que, mudando sua produção para uma mais sustentável, vão perder a qualidade que tanto prezam.