A cultura artística como um alerta à alienação

A Freezone está com uma nova proposta para a edição desta semana: mostrar os efeitos da influência/alienação das mídias sociais com os seus usuários. Com isto, decidi trazer algo um pouco diferente para vocês. Vamos falar sobre as principais obras criadas dentro da cultura artística acerca deste tópico. Bora lá?

Vamos pensar um pouco

Pare para analisar o desenvolvimento do seu estilo musical desde quando você era uma criança até os dias de hoje. Você criou este ”gosto” por conta própria ou havia algum ‘meio de influência’ inserido naquele meio em que você viveu – e vive – influenciando em suas preferências? Os meios de comunicação são os principais fatores de influência na vida de cada pessoa, estando eles inseridos na cultura de cada indivíduo.

Há de se ter um certo cuidado quando vamos conceituar o que seria influência e alienação, concordam? Pois qual seria a influência que aquela ideia ou produto exposto poderá me causar sem me colocar em um estado de alienação? E sem que minhas ideias e princípios sejam descartados por causa do que está sendo apresentado? E o que se entende sobre alienação? São questionamentos pertinentes, não?! E a cultura artística nos abre este leque de indagações através da criação de obras que nos despertam estes ”porquês” e nos levam a uma compreensão mais abrangente sobre este poder influenciador que paira sobre a sociedade e molda o estilo de vida de cada um.

Começando com um grande clássico da literatura
1984 – George Orwell

Acredito ser impossível falar sobre alienação e não citar um dos grandes clássicos da literatura. E que inclusive, já foi citado em matérias passadas!

Está chegando o dia da casa mais vigiada do Brasil estar de volta às telas. O momento onde paramos de cuidar da nossa vida para cuidar da vida de terceiros. O Big Brother Brasil 22 começa no dia 17 de janeiro, estando no ar depois da novela das 9. Esta nova temporada marca a estreia de Tadeu Schmidt como apresentador do programa, estando previstos 95 episódios, terminando no dia 21 de abril.

Mas o reality show tem lá a sua origem de inspiração e ela se dá no grande clássico 1984 do autor George Orwell, considerado o maior cronista da cultura inglesa. O romance fala sobre o Grande Irmão como o líder supremo de toda uma sociedade, onde todos colocam-se à disposição de suas ordens, obedecendo-o e fazendo deste ”jogo” o seu próprio estilo de vida. Já conseguiram notar a semelhança?

E ”O Show de Truman” não poderia ficar de fora dessa

Eu não sei vocês, mas ter a ideia de que alguém esteja me vigiando 24h por dia me assusta demais. Agora ter bilhões de pessoas me assistindo me assusta mais ainda. E a vocês? Pois é exatamente sobre isso que se trata o filme, estrelado por Jim Carrey. Particularmente, Carrey é um dos atores que eu mais tenho admiração, principalmente depois de assistir ao vídeo do Meteoro Brasil fazendo uma análise sobre suas falas e posições políticas. Vale dar uma conferida clicando aqui!

The Truman Show é um filme norte-americano de 1998 dirigido por Peter Weir e escrito por Andrew Niccol. O filme conta a história de Truman Burbank, um homem que vive em uma realidade simulada por um programa de televisão assistido por milhões de pessoas ao redor do mundo. Ao suspeitar do que possa estar acontecendo, o personagem vai em busca de sua verdade.

Tenho certeza que vale a pena incluir este filme na nossa listinha de 2022! ;D

”Admirável Chip Novo” e a robotização do sistema

Tenho certeza que 90% dos nossos leitores já tiveram a Pitty como a artista mais ouvida no seu reprodutor de música. Todos já passaram por esta fase, não há como negar.

E revisitando as canções que marcaram minha adolescência, me deparo com a música Admirável Chip Novo (também nome do álbum da canção) e percebo no quanto faz sentido inclui-la na reflexão e discussão desta matéria.

O título do álbum faz referência ao romance Admirável Mundo Novo (1932), do autor inglês Aldous Huxley. A história se passa no ano de 2540, retratando uma sociedade manipulada pela tecnologia.

E se prestarmos atenção às músicas do álbum (2003), podemos perceber que cada canção segue o mesmo propósito, a mesma mensagem. Como em ”Teto de Vidro”, que fala sobre a curiosidade pela vida alheia, ou então em ”Máscara” e ”Só de Passagem” que são sobre os comportamentos superficiais.

De acordo com a cantora, a composição da canção surgiu com o período do advento da internet, quando se havia uma acerta aflição em navegar pelas redes e centenas de anúncios surgiam descontroladamente pelas janelas. O álbum é uma crítica à sociedade e à robotização do sistema.

Que possamos aproveitar desta reflexão como um modo de nos alertarmos sobre o que a sociedade nos oferece e para onde o sistema tem nos levado, para que assim a manipulação não nos torne incapazes de olhar para o outro lado. E que a arte esteja sempre pronta a nos servir de alerta para que este mesmo abismo não se torne maior. RING THE ALARM!

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