O desafio do ensino domiciliar no Brasil

Desde quando iniciou a pandemia, um dos maiores desafios que temos enfrentado, além da tentativa diária de protegermos a nós mesmos e aos nossos familiares, tem sido o ensino remoto emergencial. Não ter a interação com os nossos colegas de turma e professores dentro de uma sala de aula tem colocado à prova o nosso rendimento com os estudos. Agora já imaginou o ensino domiciliar ser regulamentado? Pois é justamente isso que o nosso governo atual busca fazer, desde o início do mandato do então Presidente Jair Messias Bolsonaro.

Sobre o projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar

Se encontra em tramitação no Congresso Nacional projetos de lei que regulamentam a educação domiciliar, também conhecida como homeschooling, contendo os mesmos aspectos da PL 2.401/2019 apresentado pelo governo Bolsonaro e servindo como proposta de substutivo ao PL 3.179/2012.

As 365 entidades assinam o ”Manifesto contra a Regulamentação da Educação Domiciliar e em Defesa do Investimento nas Escolas Públicas”. considerando que a possível autorização do homeschooling seja de extremo risco, considerando a desigualdade social e educacional como um fator a ser analisado e tendo a possibilidade dos casos de violência e desproteção se multiplicarem.

Dados que comprovam nossa crise

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em março, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Isso equivale ao recorde de 14,805 milhões de desempregados, sendo o maior contingente de toda a nossa série história, de acordo com a Adriana Beringuy, gerente da Pnad Contínua.

Em relação a evasão escolar, os dados são significativos referentes aos alunos que não tiverem nenhum alcance com as atividades escolares ou então aos estudantes que abandonaram a escola. No censo mais recente, cerca de 99,7% das crianças brasileiras de 6 a 14 anos estavam na escola. E 90% para jovens de 15 a 17. Estes dados comprovam que a educação no Brasil estava perto de se universalizar. Contudo, com o início da pandemia, 5,1 milhões de crianças e adolescentes ficaram sem qualquer acesso às atividades. A estimativa é que 4 milhões de estudantes, de 6 a 34 anos, tenham abandonado a escola em 2020. Se antes, ultrapassar as barreiras e os limites da educação era um desafio, com este cenário atual, este obstáculo tem se multiplicado cem vezes mais.

O desafio de ser professor

Temos como exemplo o professor Telmo Ribeiro e outros cincos professores que enfrentam dificuldades para atender aos alunos da escola indígena Presidente Afonso Pena. A cada dia 15 dias ele percorre cerca de 30 Km para imprimir as atividades dos alunos, pela falta de recursos na escola.

Para imprimir as atividades a gente vai de moto até o igarapé cheio. Chegando lá tem que procurar um meio para atravessar sem molhar o material dos alunos. Do outro lado, pega a bicicleta, depois larga e vai caminhando pela estrada submersa pela água. Ainda corremos risco com animais como jacarés e cobras.

Relato do professor Telmo para o site G1

São relatos como este que não devem ser vangloriados, pois o sistema tem sido falho com estes profissionais e a escassez dos recursos não atendem às necessidades básicas destes professores. Com isto, a educação torna-se inviável para demais estudantes, resultando na evasão dos mesmos.

Portanto, diga não a regulamentação do Ensino Domiciliar. Para mais acesso, leia o manifesto que vai contra a este projeto de lei e compartilhe com os seus amigos.

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