Os fundamentos para uma marca fashion sustentável
Diante de um cenário mais focado em práticas sustentáveis, a moda tem estabelecido pilares para se enquadrar nesse conceito
É importante a gente ter a noção de que, uma marca, não pode se denominar sustentável sem apresentar um plano que comprove o uso de práticas que são de fato sustentáveis ;). Por exemplo, se sua marca favorita, se considera ecofriendly apenas por uma coleção que foi usado materiais reciclados ou o famoso algodão cultivado organicamente, você como consumidor tem o dever de questiona-la.
Uma coisa que acontece com frequência é o fenômeno chamado de greenwashing.
Ta, mas o que é que é isto?
Basicamente, querido leitor, é a apropriação de princípios ambientalistas por parte da empresa como técnica de marketing. O objetivo é criar uma imagem positiva da marca diante do público a respeito de sua responsabilidade ambiental desviando a atenção dos impactos negativos.
É muito comum que as empresas apostem em práticas extremamente irrelevantes, apenas na intenção que os consumidores se voltem para essa notícia e não perceba o que ocorre por debaixo dos panos.
Essa prática além de não ajudar em nada o meio ambiente, ainda banaliza toda uma luta gerando desconfiança nos consumidores a respeito de produtos realmente sustentáveis.
Quem lembra Ricardo Salles falando sobre passar a boiada já que a mídia não estava prestando atenção por causa da pandemia, hein? Então…
No mundo da moda, as marcas e os designers que se enquadram de fato em um movimento sustentável, consideram alguns pilares importantes que constroem essa identidade. A Giyi, marca turca que surgiu quando a pandemia estourou, é uma das marcas que foi criada em cima de 5 pilares fundamentais para o mercado sustentável. Em entrevista para a Daily Sabah, Göknil Bigan fundadora da marca, apresentou esses pilares que deram a base para o surgimento da Giyi. Foram eles:
- Materiais ecofriendly: Usar produtos biodegradáveis e ficar longe de plásticos e produtos nocivos ao meio ambiente.
- Trabalho justo e ético: Dar aos trabalhos condições dignas de trabalhos, além de salários justos e informar aos clientes todo o processo de forma transparente.
- Versatilidade: Criar peças atemporais que possam ser usadas sempre ao contrário de se enquadrar nas estações com a intenção de usar e descartar.
- Circularidade: Promover upcycling e reciclagem, consciência do desperdício de roupas, materiais e embalagens.
- Inclusividade: Seguir um modelo inclusivo, defendendo o empoderamento feminino e criando benefícios sociais e econômicos.
Esses pilares, se caracterizam no sistema Slow Fashion, a conhecida moda circular que já comentamos aqui. É importante que essas práticas estejam no cotidiano da marca, e não que apareçam de forma esporádica.
E por onde começar?
A moda, assim como todo mercado, pode se adaptar ao mercado circular. É importante ressaltar que muitas marcas grandes ja estão se adaptando e desenvolvendo práticas mais sustentáveis, como exemplo a Chloé sob direção da Gabriela Hearst. Nesses casos é importante tanto para o CEO quanto para o consumidor pesquisar e cobrar essas técnicas.
Um ótimo lugar para começar é pela CEO AGENDA desenvolvida pela Global Fashion Agenda. Trata-se de um guia que todo CEO da moda precisa para priorizar o futuro da empresa. Ele descreve as questões mais urgentes e as maiores oportunidades de impacto ambiental e social, fornecendo orientações de como passar das palavras para a ação.
No mais, uma moda consciente, consiste em práticas sociais e ambientais conjuntas que possibilitam um cenário amigável e com impactos negativos quase que nulos. Diminuir o consumo desenfreado, priorizar qualidade a quantidade, matéria prima renovável e diminuir o uso de plásticos e materiais nocivos, e oferecer um ambiente de trabalho digno é a base para sua marca ser amiga do mundo rs.
É utópico? Um pouco. Impossível? Jamais.