Presidente da Turquia retira o país da Convenção de Istambul
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, retirou no dia 20 de março o país da Convenção de Istambul, um tratado contra a violência às mulheres.
Em um comunicado presidencial divulgado na madrugada do dia 19 de março, Erdogan anunciou que a Turquia estava saindo da Convenção de Istambul, que é um tratado que defende a igualde entre os sexos e repudia a violência contra as mulheres.
O tratado é um instrumento supranacional adotado por mais de trinta países e o primeiro que coloca as mulheres no centro do debate de segurança.
Ao sair da convenção, Erdogan gerou muitas opiniões contrárias. Muitas mulheres foram às ruas em diversas manifestações no país durante a semana para pedir a volta do país ao tratado. E, a ala mais conservadora do país – a qual o presidente estava visando um apoio durante a crise econômica que o país enfrenta- gostou da ação. A base mais tradicional, alegavam que os termos da Convenção atacavam as diretrizes da “família tradicional”.
A decisão da Turquia causou grande impacto não só no país, como no mundo todo. Muitas autoridades políticas se manifestaram, como Joe Biden, presidente dos Estados Unidos dizendo que a saída foi “profundamente decepcionante”.
“Os países deveriam trabalhar para fortalecer e renovar seus compromissos com o fim da violência contra as mulheres, não rejeitando os tratados internacionais destinados a proteger as mulheres, e responsabilizar os agressores”, disse Joe Biden
Na Turquia, somente em 2020, 300 mulheres morreram vítimas de feminicidios na mão de seus companheiros ou ex-companheiros.