Reforma Tributária: o motivo dos protestos na Colômbia

Iván Duque, atual presidente da Colômbia apresentou um projeto de Reforma Tributária ao Congresso que acabou gerando uma massiva onde de protestos nas ruas do país.

No dia 15 de abril, Iván Duque enviou ao Congresso um projeto de Reforma Tributária como uma medida para financias as dívidas públicas e aumentar a arredação do Imposto de Renda. Entretanto, classes minoritárias e média acharam a proposta muito desonesta e foram às ruas para protestar. Até sexta-feira (07) de maio já foram mais de 25 mortos e dezenas de desaparecidos.

O bairro que se tornou o epicentro dos protestos é Cali, onde a maioria das classes minoritárias mora e o mais populoso. Já são mais de 10 dias de protestos intensos, em que os manifestantes enfrentam a polícia que está reagindo.

O presidente já pediu para suspender a votação da Reforma no Congresso, entretanto, especialistas afirmam que os protestos continuarão. Não se sabe ainda qual movimento chamou o povo para o protesto, pois não há nenhum líder em frente às organizações.

Na foto, a polícia colombiana está abrindo fogo contra os manifestantes em Cali, que estão tentando evitar a Reforma Tributária que estava em votação no Congresso.
(Imagem: Getty Images)

Segundo alguns grupos locais de direitos humanos, o número de mortos e desaparecidos pode estar em uma margem muito maior do que está sendo divulgado. A crise chamou a atenção também do Escritório de Direitos Humanos da ONU, que acusou as agências de segurança colombianas de uso excessivo da força. A ONU se disse particularmente chocada com eventos ocorridos na cidade de Cali na noite de segunda-feira (03/05), quando a polícia teria aberto fogo contra manifestantes.

Onze das mortes confirmadas oficialmente durante os protestos ocorreram em Cali, mas também foram registrados óbitos nas cidades de Bogotá, Ibagué, Madrid, Medellín, Neiva, Pereira, Soacha e Yumbo. A maioria dos mortos e feridos são jovens. O ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano, em declarações disse que o grupo de manifestantes seria, na verdade, “criminosos armados”, o que gerou ainda mais revolta.

Mas o que tinha nesta Reforma que deixou a população tão furiosa?

Para ampliar a base de contribuintes, o projeto original previa a cobrança de imposto de renda para pessoas que ganhem mais do que US$ 656,00 por mês (R$ 3585,43 mensais) em um país onde o salário mínimo é de US$ 248,00 (R$ 1345,57). Atualmente, só é tributado quem recebe acima de US$ 1.000,00 por mês (R$ 5.465,60). A reforma também criaria um imposto sobre riqueza para as pessoas físicas, quando seus ativos líquidos ultrapassassem US$ 1,3 milhão (R$ 7,11 milhões). Além de subir o imposto de produtos indiretos. O IVA da gasolina, por exemplo, passaria de 5% para 19%, e os impostos sobre serviços básicos aumentariam em áreas de classe média alta. Até a taxação sobre funerais seria aumentada.

Segundo especialistas, nestas propostas da Reforma a classe média e baixa seriam as mais prejudicadas.

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