Saiba por que a variante indiana preocupa pesquisadores

Caracterizada como possivelmente mais transmissível, cientistas temem a variante indiana devido à situação da Índia.

A variante indiana já foi detectada em alguns estados brasileiros, preocupando pesquisadores e órgãos nacionais. Essa preocupação está mais voltada em saber se sua transmissão é maior, em comparação às variantes já existentes. Além disso, Dimas Covas e estudiosos da área se preocupam com essa cepa, devido a explosão de casos detectados na Índia.

A nova cepa B.1.617 é considerada pela OMS desde 2011, mas foi detectada pela primeira vez apenas em outubro de 2020. A linhagem conta com três versões: B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3. A diferença entre elas está na mutação.

“Essas mutações virais estão surgindo em cidades em que há o relaxamento das medidas de proteção e onde se acreditava que a população já estava imunizada, seja pela infecção natural ou pela vacinação”

diz o virologista Fernando Spilki para o G1.
CASOS

No brasil, o primeiro caso foi em São Paulo. Um individuo de 32 anos que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, após uma viagem à India. O homem chegou a ser identificado pela Anvisa, mas foi liberado antes dos resultados do teste ficarem prontos e foi para Campos dos Goytacases, no Rio de Janeiro, onde permanece isolado e em observação.

A Anvisa declarou à GloboNews que o homem foi abordado quando chegou em Guarulhos e ele disse que não apresentava sintomas.

“O passageiro em questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático, e a agência abordou esse passageiro e mais outros 12 viajantes antes da imigração, e lavrou para todos um Termo de Controle Sanitário do Viajante (TCSV)”

afirmou a Anvisa à GloboNews.

O diretor da Anvisa ainda disse que a quarentena desse passageiro era obrigatória. Ao assinar o TCSV, o passageiro assumia o compromisso de isolamento por 14 dias, informando o local onde passaria a quarentena.

Até o momento, o Ministério da Saúde confirmou oito casos dessa variante, sendo seis no Maranhão, um no Rio de Janeiro e um em Juiz de Fora. O mais recente foi de Juiz de Fora (MG).

No Reino Unido, os casos provocados por essa variante quase triplicaram em uma semana. A partir da observação de alguns locais, cientistas temem que essa variante seja mais transmissível que as demais.

Na quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, declarou a variante como de “extrema preocupação” durante seu depoimento na CPI da Covid-19. “O salto da epidemia que teve na Índia nos últimos meses foi devido à essa variante. Então é uma variante de extrema preocupação”, declarou o diretor.

Dimas Covas na CPI | Foto: Sérgio Lima/Poder360
Mas e as vacinas? São eficazes?

Um estudo publicado pelo Public Health England descobriu que os imunizantes da vacina da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca/Oxford são eficazes contra essas variantes. Porém, a eficácia da Pfizer é “ligeiramente inferior”, apontam estudos.

Ainda não dá para saber de fato como essa variante vai se comportar aqui. Mas, em entrevista ao Metrópoles, o médico sanitarista Gonzalo Vencila alerta que o Brasil pode chegar a uma situação semelhante a da Índia, se não tomar as devidas providências para conter a variante.

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