SPFW: os destaques da edição N51

Confira algumas marcas que se destacaram na edição N51 da São Paulo Fashion Week (SPFW).

Pela segunda vez, a SPFW foi totalmente digital devido à pandemia de covid-19, e regeneração foi o tema dessa edição. Nessa N51, a ancestralidade e a valorização da cultura também foram dois dos principais temas homenageados pelas marcas. Nesse ano, também tivemos o Projeto Sankofa.

O Projeto Sankofa foi uma inciativa criada pelo movimento Pretos na Moda em parceria com a startup de inovação social VAMO (Vetor Afro-Indígena na Moda), e levou oito marcas independentes de estilistas pretos e indígenas a participarem dessa edição da São Paulo Fashion Week. As marcas irão permanecer durante três temporadas da semana de moda. Nesse ano, começou em abril e cada marca apresentou um fashion film.

O intuito é dar visibilidade às marcas e ajudá-las no desenvolvimento no mercado nacional. As marcas que participaram dessa edição foram: Meninos Rei, Naya Violeta, Atelier Mão de Mãe, AZ Marias, Santa Resistência, Mile Lab, Silvério e Ta Studios.

Durante o projeto, todas as marcas contaram com o apoio de diferentes profissionais voluntários das áreas de marketing, jurídica, psicológica, entre outras. As marcas estreantes também contaram com o apadrinhamento de marcas veteranas no evento. Por exemplo, Isaac Silva apadrinhou a AZ Marias, João Pimenta apadrinhou Meninos Rei.

A seguir, confira algumas marcas que foram destaque da edição desse ano.

MENINOS REI

Um dos grandes destaques do primeiro dia de evento, a marca Meninos Rei, dos irmãos Júnior e Céu Rocha, homenageou Exu, o orixá da linguagem e da comunicação em sua coleção, intitulada de L’ojù Esù/Aos Olhos de Exu. Além disso, apresentaram muita alfaiataria, estampas com cores vibrantes e exaltaram a ancestralidade afro-brasileira e a cultura local.

“Essa coleção é uma ode à nossa ancestralidade africana e a Exú, que sempre esteve olhando por nós e nos conduziu pelo caminho que nos trouxe até aqui”, ressalta Júnior Rocha

ATELIÊ MÃO DE MÃE

A marca estreou na SPFW através do Projeto Sankofa e usou o crochê como principal “ponto” de sua coleção. Vinicius Santana, Luciene Brito e Patrick Fortuna usaram crochê em tons terrosos em suas produções. O trio também homenageou a ancestralidade e o candomblé – sua religião – se inspirando nos orixás Iansã e Obaluaiê.

ISAAC SILVA

Nessa edição, o estilista baiano fez uma parceria com a marca Havaianas. Intitulada como “Axé Boca da Mata”, a coleção faz uma homenagem à cultura afro-indígena e, de acordo com Isaac, “é uma exaltação à boca da mata, à importância da natureza na espiritualidade dos povos negros e indígenas”.

FLÁVIA ARANHA

Encerrando essa edição com um exemplo de sustentabilidade, que é um dos grandes pilares da marca, a estilista Flávia Aranha produziu as peças a partir de resíduos têxteis acumulados em seu ateliê. Através da técnica de patchwork, grande parte dos resíduos foi reaproveitado. “Juntar pedaços é juntar memorias. Tem algo de singelo nisso.”, diz Flávia à Elle Brasil.

As cores, por sua vez, Flávia diz que foram desenvolvidas a partir de uma lista de sobras de alimentos das refeições, como casca de cebola e semente de abacate.

ALUF

“Onde está a beleza no cotidiano?”. É com esse questionamento que Ana Luísa Fernandes, fundadora e diretora criativa da Aluf, apresenta seu fashion film. Nas produções, ela usou materiais que encontrou em casa, como tecidos de sofá e o tassel das redes, nas peças da coleção.

Se transformando em uma carta coletiva, ela convidou seus seguidores a encontrarem a beleza no cotidiano de cada um. “Com essa coleção lhe convidamos a entrar no nosso lar e a revisitar a beleza oculta do seu cotidiano.”

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